Alice nasceu em maio, um mês que no sul já começa a ficar bem frio. Em seu segundo janeiro, ela não se comunicava o suficiente para dar adeus às fraldas. Após o seu aniversário de dois anos, o frio tornava essa decisão complicada, pois o conjunto chuva, umidade e roupas molhadas não aparecem atraentes. Por isso o desfralde acabou sendo dividido por fases.
Fase 1 – Conhecendo o penico
Em julho/15 Alice ainda estava na fase Peppa, e vimos um penico mini vaso no mercado. Ela gostou e a vovó comprou. No primeiro dia sentou de roupa e tudo e ficou. Aos poucos, na hora do banho, convidávamos para ela fazer xixi. Nas primeiras vezes dava uma chorada e não fazia nada. Até o dia em que ela não fez nada no penico e fez na banheira onde tomava banho, e eu brinquei “Alice vai ficar com cheiro de xixi”. Após aquele dia, ela passou a fazer xixi antes do banho.
Fase 2 – Tirando a fralda diurna
A nossa pequena tem uma pele extremamente sensível, com o calor, a região da fralda enche de bolinhas.
Quando o mês de novembro chegou, estipulei o final de semana do dia 15 para iniciar. Curiosamente no dia 06 a escolinha questionou se queríamos iniciar o processo. Todos alinhados, calcinhas compradas, na data reservada se deu o início.
Na sexta-feira expliquei para Alice que no outro dia iriamos trocar a fralda por calcinhas. Na prática, o início do desfralde foi assim:
1º Dia (Sábado)
Alice fez um xixi no penico. Não gostou de ser levada de meia em meia hora no banheiro, sentava, dizia não fez (e não fazia mesmo) e se levantava nitidamente se segurou quase que o dia inteiro, reduzindo até mesmo a quantidade de água tomada e a comida. No final da tarde (pelas 19hs) não aguentou e teve um escape onde fez todo o xixi acumulado e se assustou. Foi para o banho e colocou fralda. Isso fez com que ela aliviasse a tensão. Não fez coco no sábado. Fez muito xixi na fralda noturna, a ponto da mesma não aguentar e vazar.
2º Dia (Domingo)
Passei a levar a Alice de hora em hora no banheiro, no decorrer do dia foi fazendo xixi aos poucos. Fez um pouco de coco no penico (não avisou, notamos pelo gesto característico de se acocar), e depois na fralda noturna. Sem escapes. A fralda noturna foi colocada após as 20h30.
1ª semana
Podemos dizer que a primeira semana foi bem tranquila. Na escola tivemos um escape de xixi na terça, durante o sono. Em casa tivemos um escape de cocô na sexta. Mas o cocô está sendo um capítulo a parte, ela passou praticamente a semana se segurando até a noite, e após colocar a fralda para o sono, fazia. Então era batata a troca de fralda logo em seguida. Com isso resolvi ir atrás de um livro indicado pela escola: Até as princesas fazem cocô.
O livro trás um mural de conquistas, se a criança faz xixi e cocô no penico/vaso pode colar um adesivo. Como a pequena adora adesivos, ela passou a avisar quando tinha vontade. Após colar todos os adesivos, ir ao penico havia virado rotina.
Como ainda iria viajar, acabei optando por deixar a fralda noturna até o fim das nossas férias. E fui controlando se a fralda estava seca pela manhã.
O que eu acho que ajudou:
- A fase 1, com a apresentação e tempo para se habituar ao penico, assim como os primeiros xixis antes do banho.
- Me preparar psicologicamente para limpar muito chão e roupa, isto me deu muita paciência e acho que aliviou qualquer pressão.
- Optar por ficar o final de semana em casa, tendo um ambiente familiar e controlado.
- Conversar com ela antes.
- O livro “Até as princesas fazem cocô”, que além da história vem com um mural e adesivos, se todos os xixis e cocôs do dia fosse no penico, ela podia colar adesivo. O que virou uma diversão. Quando os adesivos acabaram, ela já estava mais do que habituada, então não viramos escravos do mural.
E na rua, como faz?
Nem todos os locais possuem banheiro para crianças. Assim como muito dos banheiros não são bem cuidados. Confesso que sou um pouco neurótica com isso (sabe a história de menina não deve sentar em qualquer vaso?). Pois bem. Antes de começar o desfralde comecei a pesquisar se havia penico portátil.
Encontrei um na Bebe Store. Ele é adaptador de vaso e penico, vem duas sacolinhas com absorvente, assim a mesma pode ser descartada como fralda. Confesso que acabei barateando o sistema e utilizo sacolas de lixo, despejo o conteúdo no vaso e depois coloco as mesmas fora.
A vantagem, como deixo sempre prontinho, é só chegar no banheiro, abrir, e a pequena sentar. Não preciso me preocupar em limpar nada, e como ela está habituada, vira jogo rápido. Para viajar também é super útil e prático. Eu adorei.
Viajando
A primeira viagem pós desfralde que fizemos foi de ônibus para Gramado. Aqui burlei a regra da escola de não colocar mais fralda de dia, pois mesmo com o portátil, achei complicado, já que não poderia pedir para parar o transporte. Na ida e na volta ela foi de fralda, mas não houve nenhum retrocesso.
Na segunda viagem, agora de carro para Santa Catarina, ela foi sem fralda. Foi bem tranquilo, sem escapes. Por mudar a rotina, ela também reduz as idas ao banheiro, mas quando necessário o portátil estava lá.
E o cocô?
Ah e o famoso número 2 que até os adultos sentem dificuldades? A soma da pequena não comer grandes quantidades de fruta, a mudança na rotina e o escape de um cocô no segundo dia do desfralde a fizeram trancar no início.
E aqui o livro “As Princesas também fazem cocô” nos ajudou bastante. Porque ela queria colar mais adesivos, e o segundo só viria se ela fizesse cocô. Em poucos dias isto afastou os receios, e dentro da “normalidade” dela, ela passou a pedir, fazer e colar o adesivo desejado.
Fase 3 – Desfralde noturno
Devido às viagens, acabei esperando um pouco mais, pois achei complicado ter que ficar levantando colchão de hotel/pousada. Com o fim das férias, ainda havia algumas fraldas, e eu fui usando. Ela já estava começando a não gostar, mesmo de fralda, acordava e pedia para fazer xixi. Quando chegamos na última, no final de janeiro, conversei com ela, dizendo que não ia mais usar fralda para dormir e que se ficasse com vontade de fazer xixi ou cocô, ela deveria chamar a mamãe.
O desfralde noturno foi natural, não tivemos nenhum escape. Se no meio da noite (fato raro) ela fica com vontade me chama, o que me fez achar que alonguei até demais.
Resumo da ópera
Sim, aqui em casa foi fácil mesmo. Não é ilusão facebookiana, nem estou querendo pagar de super mãe. Mas creio que toda a preparação, a idade maior (Alice passou pelo desfralde com 2 anos e meio), a calma e contornos para o período, além do apoio da escola, ajudaram com que essa mudança de fase fosse muito natural.
A maior dica que eu posso dar, além de lerem sobre o assunto, é conheçam os hábitos dos pequenos. Do informativo enviado pela escola, muitas das dicas eu acabei abandonando ou não utilizando por não se adaptarem a Alice. É um marco no crescimento deles, e quanto mais envolvidos estiverem, mais fácil e tranquilo será.